Como se fosse Azul

Eloy nunca foi de falar muito, mas sentia o mundo com intensidade rara. Com diagnóstico de autismo nível 3 de suporte, ele vive em sua própria frequência - entre abafadores, passos contados e uma paleta emocional que poucos conseguem ver. Quando chega a uma pousada à beira-mar com a mãe, uma crise inesperada marca seu primeiro dia. Mas é ali, entre o som das ondas e o céu sempre azul, que ele conhece Antony.

Antony não entende tudo de início. Mas aprende. Aprende o valor de um silêncio, o poder de um toque não dito, e o brilho que uma camisa azul pode causar nos olhos de alguém especial. Ele começa a usar azul, só para vê-lo sorrir.

Em capítulos delicados e íntimos, acompanhamos o florescer de um amor raro, sutil e imenso - feito de pequenos gestos, palavras cuidadosas e promessas sussurradas durante uma tempestade. Entre giros, tiques, sorrisos e crises, Eloy encontra em Antony um lar. E Antony descobre que amar alguém é, às vezes, reaprender a viver desde o primeiro passo.

Porque às vezes o amor não grita. Ele se move devagar. Como se fosse azul.