O silêncio da Mansão Malfoy naquela madrugada era absoluto, exceto pelo som abafado de passos que percorriam os corredores. Abraxas Malfoy, o primogênito da família, movia-se com uma devoção silenciosa e quase reverencial, como se cada ato fosse uma oração dedicada ao seu irmão mais novo, Hadrian.
Hadrian não era apenas mais um Malfoy. Não para Abraxas. Ele era o centro do universo do irmão - a sombra e a luz que definia cada respiração e cada pensamento de Abraxas.
Desde que Hadrian retornara da Bulgária, onde estudara sozinho, uma aura diferente o cercava - uma mistura de mistério, poder e um passado que ninguém compreendia, nem mesmo Abraxas.
E Abraxas, cego pelo amor e pela obsessão, estava disposto a tudo para protegê-lo.
- Trouxe os grimórios antigos que pediu - sussurrou Abraxas na porta do quarto, ajoelhando-se aos pés de Hadrian como um servo fiel.
Hadrian olhou para o irmão com um sorriso tênue, quase cruel.
- Faça o que quiseres, irmão. O mundo ainda vai aprender o que é ter um Malfoy de verdade entre eles.
Abraxas ergueu o queixo, absorvendo cada palavra como se fossem decretos sagrados.
Mas Hadrian guardava um segredo que poderia desintegrar tudo: ele não era quem todos pensavam. Ele não era apenas Hadrian Malfoy. Ele era alguém que havia morrido, alguém que a Morte escolhera para um propósito sombrio.
E o preço de sua nova vida seria mais alto do que qualquer um poderia imaginar.
Entre idas e voltas, e promessas não ditas, Gabriella Morgan achava que já tinha entendido o amor. Até conhecer ele, o rapper que carregava nas rimas tudo o que tentava esconder no silêncio.
E é nos detalhes que Gabriella percebe que, às vezes, o amor não grita.
Ele apenas acontece...