Branca de neve - Primavera Maculada

Em um reino de espelhos dourados e corações envenenados, uma flor desabrocha onde só deveria haver pedra.
Ela floresceu onde não havia luz - e sangrou pelas mãos de quem amava.

A primavera insiste em florescer mesmo onde o solo é frio, infértil, e quanto mais sozinha ela está, mais bela e delicada se torna.
Como uma flor em plena escuridão,
seu perfume suave passa a incomodar quem só sabe exalar poder.

Isso desperta uma inveja perigosa, a inveja de uma mulher obcecada por sua própria formosura e adoração.
Uma inveja que deseja pisar o botão antes que desabroche, que sonha em arrancar, uma a uma, as pétalas da cerejeira.

Mas quantos golpes um coração puro e gentil pode suportar antes de clamar por alívio?
Antes de implorar para cessar?
Antes de deixar de ser flor... e se tornar uma força da natureza gritando por justiça?