No coração do Reino de Élorym, onde os céus reverenciam sete sóis encantados e o vento sussurra segredos ancestrais, reinava a Casa de Valdoren - uma linhagem tocada por luz e trevas, escolhida não pelo sangue, mas pela própria vontade do mundo.
No trono esculpido em pedra viva, adornado com runas pulsantes, estava Theomor, o rei dourado, senhor dos sete filhos. Ao seu lado, Iselyne, a rainha de olhos estelares e silêncio lunar. Bela como a noite e terrível como o vazio.
Entre seus herdeiros, um nome brilhava: Elaris, a Filha da Aurora, primeira de todos, escolhida pelo trono vivo.
E no rastro da escolha, germinava a fúria do segundo filho.
Kaelvor Draymorth, o Príncipe das Sombras.
De cabelos como fogo profano e alma indomável, nascera marcado pela rejeição. Nunca buscou afeição - e por isso nunca a deu. Sua presença era pedra crua e sua ambição, lâmina afiada.
Em uma noite de presságios, ele cruzou o limiar do Oráculo Velado, onde o destino é escrito com dor. Lá, viu-se coroado de espinhos. Viu o sangue da irmã. O trono despedaçado. O mundo, quebrado.
"Negas teu destino, mas ele não te nega", sussurrou a escuridão.
Na manhã seguinte, desafiou o Guardião Real em combate. Um duelo de luz contra sombra. Perdeu. E foi julgado sem clemência.
O rei, impassível, disse apenas:
"Exilium."
Banido. Arremessado a um mundo sem magia, onde o céu é de ferro e os homens, frágeis.
Mas Kaelvor não esqueceu.
Nem perdoou.
Pois a coroa... ainda sangrava por ele.