A chuva caía lá fora, batendo suavemente contra a janela do quarto de Samanta. Ela sempre odiou a chuva. Não apenas por seu som incessante, mas porque parecia trazer de volta lembranças de um passado que ela preferia esquecer. O medo, a dor... as coisas que se acumulavam como gotas de água que nunca se secavam.
Era o primeiro dia de aula, e uma ansiedade desconhecida tomava conta de seu corpo. A escola nova, os rostos desconhecidos, tudo parecia tão grande e distante. Samanta não gostava de se destacar, preferia passar despercebida, se manter invisível. Mas algo no ar, algo que ela não conseguia identificar, a fazia sentir que esse novo começo seria diferente.
Entre os novos rostos, um se destacava, embora ela não soubesse exatamente por quê. David, com seus olhos tranquilos e seu sorriso discreto, parecia uma presença calma em meio ao turbilhão de emoções que Samanta tentava controlar. Ele não fazia parte de seu mundo, mas ao olhá-lo de relance, algo nela dizia que ele seria importante de alguma forma.
Mas ela não sabia ainda o que o futuro reservava. Apenas sentia que, de algum modo, nada seria igual. Algo estava prestes a mudar, mas ela não sabia como ou por quê.
Às vezes, o amor aparece quando você não acredita mais nele.
|| FINALISTA DO PRÊMIO WATTYS ✨ ||
A música... Ah, a música...
tem um impacto imenso na vida de cada um que vive com as melodias empreguinadas dentro do ser. Além de estar presente no mínimo som criado, como o de um bocejo ao acordar.
Sua existência é suficiente para despertar diversas emoções e sentimentos.
Mas o que fazer quando a ausência dela é melhor do que sua presença?
O que fazer quando a música se torna tão ensurdecedora que se assemelha mais a um grito desesperado?
O que fazer, quando uma tragédia transforma as músicas natalinas em um som tão estrondoso quanto o de um trovão?
Mas, por mais estrondoso que possa parecer uma melodia, será que existe alguém que possa reescrever a letra, ajustar os acordes e afinar o instrumento?
Será que existe alguém capaz de extrair o melhor da canção? Despertar a melodia adormecida e libertar a voz aprisionada do coração?