26 parts Ongoing Depois daquela briga que deixou os dois quebrados por dentro, Maraisa tentou seguir a rotina... mas o corpo dela não aguentou o peso daquilo tudo. A ansiedade apertou, a respiração ficou curta, e ela acabou ficando internada por dois, quase três dias. Os médicos diziam que era estresse, cansaço acumulado, desgaste emocional. Mas ela sabia, lá no fundo, exatamente o que estava doendo: a falta dele.
O hospital era silencioso demais. As horas passavam lentas, e Maraisa se sentia vazia, incompleta, como se parte dela tivesse sido arrancada. Ela tentava se distrair, mas tudo lembrava ele, o cheiro do perfume que ainda grudava no braço, os pensamentos que insistiam em voltar ao momento da briga.
Mas o destino não ia deixar aquele vazio durar pra sempre.
No início da tarde do terceiro dia, uma enfermeira entrou no quarto segurando um buquê enorme de flores. Flores que ela conhecia bem: as preferidas dela, escolhidas por ele desde sempre. O coração de Maraisa disparou antes mesmo de tocar nas pétalas. Junto do buquê, havia uma cartinha dobrada, simples, mas com a letra dele, aquela letra que ela reconheceria até de olhos fechados.
Maraisa nem precisou abrir para saber de quem era. O peito deu aquela apertadinha boa, quase alívio. Era como se o coração dela, que estava mudo desde a briga, tivesse voltado a bater de verdade só com aquele gesto. Ela respirou fundo, sentindo o aroma das flores misturado com lembranças, certezas e saudade.
O buquê não era só um presente. Era um pedido silencioso.
Era ele dizendo "eu tô aqui".
Era o pedaço que faltava voltando pro lugar.