De solitudine

Todas as noites, às 19h em ponto, uma mulher é gentilmente colocada para fora de casa pelo próprio marido. Ele pede apenas uma coisa: confiança.

Dentro da sala, ele recebe outra mulher. Sempre a mesma. Cabelos longos, olhar vazio, presença impecável e silêncio absoluto. Não há beijos, não há toques, não há amor - apenas conversas silenciosas e pesadas diante da lareira. A esposa observa tudo do lado de fora, consumida por dúvidas, até o momento em que decide ir além da estrada, além da rotina, além do que entende como realidade.

Nessa fábula melancólica sobre o luto, a ausência e os vínculos invisíveis que formamos com a dor, acompanhamos duas pessoas aprendendo a conversar com aquilo que restou delas.

Um conto sensível e perturbador sobre a dor que não se compartilha, e o silêncio que às vezes precisa de uma cadeira só para ele.

INSPIRADO EM UM REELS DA @aevrido o meu é @kiev_oliveira