"Ela subiu o morro com a esperança de justiça. Desceu com cicatrizes, um coração dividido entre o amor e a guerra, e a coragem de ser quem ninguém esperava."
Anastácia era só mais uma menina da zona norte tentando vencer o destino com um diploma na mochila e sangue quente nas veias.
Filha de empregada doméstica com motoboy, cresceu ouvindo que mulher preta precisava ser três vezes melhor pra ser vista, e dez vezes mais forte pra sobreviver.
Aos dezessete, já carregava o corpo empinado, a língua afiada e uma ficha limpa de orgulho.
Ela ia ser advogada. Ia tirar a mãe da faxina. Ia vencer.
Mas tudo muda quando o caminho dela cruza com o homem que carregava o morro inteiro no olhar:
Caveira - o rei não coroado da quebrada, temido até pela polícia, com um passado sangrento e o charme que fazia até a bala hesitar.
Anastácia queria justiça.
Caveira queria ela.
E no meio disso tudo, o morro queria paz.
Dois mundos que não deviam se encontrar.
Mas se chocam como tiro na madrugada.
Entre audiências, fugas, jantares improvisados em barracos escondidos e um amor que mais parecia guerra, Anastácia se vê no limite entre ser mulher e ser escudo.
Ela se apaixona.
Ela luta.
Ela sangra.
E aos poucos... se transforma na lenda que mais tarde o morro aprenderia a chamar de A Doutora do Barro, a rainha do morro.
Mas antes disso,
ela teve que enterrar amigas, esconder provas, e fazer escolhas que ainda pesam no travesseiro.
Porque o amor da vida dela...
era um homem com as mãos sujas de sangue.
E no morro, nem toda mulher que ama um rei sobrevive pra usar coroa.
Maria Eduarda retorna ao Vidigal após seis anos e reencontra Willian, seu primeiro amor. O reencontro desperta sentimentos do passado, trazendo a dúvida: seguir em frente ou reviver essa história?