Quando eu me sinto sozinha ( sempre estou) eu me deito na cama duro e fecho os olhos, mesmo não estando com sono, lá, no meu mundo falso, sou feliz lá eu não preciso ter medo de ser eu mesma, de ser feliz. Lá eu sou a Greta, a Greta que foi embora na infância, que foi humilhada e desprezada por algo que não fez e não sabe como e porque todos a julgam, lá ela não foi pega pela aquelas mãos monstruosas, lá ela ainda tem uma doce infância que se partiu.
Hoje vivendo a base de medo e julgamentos que sua própria mente diz, é horrível, não sou a mesma, sinto que hoje vivo um personagem que não sei nem o nome, hoje eu não me conheço, não sei o que eu gosto e que não gosto, se me perguntar a cor favorita, não vou saber o que dizer. Vivo em preto em branco, cor bela, mas quero algo mais colorido, quero alguém que me ajuda sair dessa bolha cheia de espinha, só vejo sangue em cima delas. Quero alguém que me olhe com ternura.
Eu pensava que nunca ia me aproximar tanto, apenas com um olhar meia boca, uma voz irritante e um sorriso belo, seu toque medroso mas que deixa rastro, saber que já conheço seus passos na escada, sei diferenciar a risada. Senti sua respiração no meu rosto, minha barriga treme e pede por mais.
Saber que ela pode mudar minha vida horrível, uma vida falsa que vive por status, que vive pelos olhares dos outros, que nela você não poder ser o Eduardo, Eduardo que quer seguir seus sonhos, mas esse Eduardo não pode viver.