O Silêncio que Me Ensinou a Amar - Kakashi Hatake

Ninjas como Kakashi não costumam amar.
Não com leveza.

Amam em silêncio, no intervalo entre uma missão e outra, no instante raro em que o mundo não exige sangue.
Amam como se segurassem uma flor no campo de batalha: sabendo que vai murchar, mas ainda assim escolhendo protegê-la.

Eu não esperava por ele.
Não esperava por olhos que carregavam perdas demais e esperanças de menos. Por um homem que lia livros indecentes com a mesma calma com que encarava a morte.
Ele era uma sombra bem treinada.
Eu era só uma voz - entre tantas outras que o mundo tentava calar.

Mas algo nele cedia em meu silêncio.
Como se a minha presença lembrasse a ele que o tempo ainda corria... e que ainda havia beleza em escutar o som da chuva caindo.

Foi ali que entendi:
alguns amores não gritam.
Eles chegam devagar...
e permanecem.

Mesmo depois da guerra.
Mesmo depois da dor.
Mesmo depois dele.