A Rainha Esquecida: Quando o poder fala mais alto que o sangue.

Nascida em 107 d.C., Daela Targaryen sempre foi uma figura de contraste. Filha do rei Viserys I e da rainha consorte Alicent Hightower, parecia à primeira vista ser a filha devota, piedosa e sorridente, destinada apenas a viver como ornamento da corte. Mas o que se escondia por trás da aparência delicada era algo muito mais complexo. Enquanto irmãos e meio‑irmãos buscavam reconhecimento em torneios, caçadas e disputas de sucessão, Daela se voltava aos livros, mapas e conselhos. Estudava rotas marítimas, geografia, diplomacia e táticas militares com a mesma intensidade que outros buscavam prazeres.

Esse talento não passou despercebido. Viserys, que via nela uma seriedade ausente nos demais filhos, passou a incluí‑la nos conselhos, despertando inveja em Rhaenyra. Alicent, por sua vez, viu na filha uma promessa moldável, uma peça perfeita para as ambições dos Hightower. Mas Daela não era facilmente controlável. Ainda jovem, já carregava uma mente própria, capaz de sorrir em público enquanto tramava em silêncio.

Casada com o irmão Aemond, deu à luz filhos legítimos que reforçaram sua posição política, tornando‑a tudo aquilo que Rhaenyra desejava ser: herdeira amada do pai, mãe de linhagem incontestável, figura respeitada e temida. Entretanto, sob a imagem de princesa devota, Daela guardava segredos sombrios. Seus inimigos desapareceram em circunstâncias estranhas, suas ordens ecoaram em sussurros que jamais chegaram aos registros oficiais.

Quando a guerra entre verdes e pretos começou a tomar forma, Daela se revelou como uma peça central, ora sustentando a coroa, ora desafiando as vontades da própria mãe e de Otto Hightower. Entre honra e crueldade, entre fé e sangue, ela construiu sua reputação como uma rainha capaz de inspirar devoção e medo em igual medida.

Este é o relato de uma mulher que nasceu para ser lembrada como filha, esposa e mãe, mas escolheu ser mais: rainha.

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