Manual de Sobrevivência para Psicopatas

Tem gente que nasce pra amar. Eu nasci pra assistir a bagunça.

Dizem que todo mundo tem uma vocação, um chamado, alguma bobagem dessas. Uns querem salvar o mundo, outros só querem ser amados. Eu? Bom... eu nunca tive esse tipo de ambição. Desde pequeno, tudo o que fiz foi observar. E, por algum motivo, o mundo sempre me pareceu uma grande piada - daquelas sem graça, que a gente ri só pra não parecer estranho.

Não me entenda mal, eu funciono como qualquer outro ser humano: respiro, ando, como, rio quando me convém. Só que tem uma coisa que me diferencia da maioria... Eu realmente presto atenção. E quando você presta atenção de verdade, começa a perceber o quão podre as pessoas são por dentro.

Todo mundo mente. Todo mundo trai. Todo mundo mata, nem que seja só em pensamento. O problema é que eu não finjo que isso me incomoda. Eu abraço. Faço café. Anoto os padrões. E sigo o baile.

O mundo é um lugar feito pra quem sabe jogar sujo sem borrar o terno. E eu? Eu sou praticamente um alfaiate.

Por isso, se você veio até aqui esperando redenção, amor verdadeiro ou alguma baboseira de superação, é melhor dar meia-volta. Isso aqui é sobre gente quebrada, decisões erradas e um monte de coisa que você não vai encontrar em livros de autoajuda. Mas se estiver disposto a encarar a realidade nua, crua e com sangue pingando nas bordas... então seja bem-vindo.

Essa é a minha história. Mas não se preocupe, eu não sou o herói.

Aliás... nem sei se alguém aqui é.