O MAR DO AMOR

O mar do Amor

O sol dourava as águas infinitas do Grande Mar do Leste, onde o Peregrino da Alvorada cortava as ondas com sua proa em forma de dragão. O vento levava consigo promessas de novas terras, mas também de encontros que mudariam destinos.
Isabel, filha de um navegador de Cair Paravel, fora convidada a bordo para auxiliar na leitura de mapas antigos, aqueles que falavam de ilhas ainda não exploradas. Era jovem, de espírito inquieto, e seus olhos refletiam o mesmo brilho indomável do mar.
Caspian, o rei que aprendera cedo o peso da coroa, observava-a em silêncio enquanto caminhava pelo convés. Já havia enfrentado guerras e tempestades, mas naquele instante percebeu que havia batalhas mais sutis - como a de manter o coração sereno diante do inesperado.
Quando se aproximou, Isabel levantou o olhar dos pergaminhos e sorriu, um sorriso que parecia trazer a própria luz da alvorada.
- Majestade - disse ela, curvando levemente a cabeça. - As correntes que estudamos indicam que a próxima ilha pode estar além do que os mapas ousaram registrar.
Caspian sustentou-lhe o olhar, e por um momento o mar deixou de ser vasto e desconhecido: havia nele apenas a certeza de que aquela jornada não seria lembrada apenas pelas ilhas descobertas.
- Então - respondeu, com a voz firme mas suave - navegaremos juntos para o que ainda não foi escrito.
E assim, entre o rugir das ondas e o bater das velas, começava a se desenhar não apenas uma aventura, mas um romance que o próprio mar guardaria em segredo: o mar do amor.