A mudança me assusta tanto quanto me seduz.
Eu não sei exatamente quando começou, mas mesmo que eu soubesse, seria impossível evitar.
O jeito que me olhava, sempre com carinho, carinho demais, jurei que era algo fraternal, até perceber como eu olhava pra ela.
Era alguma brincadeira dos eyekons, "Sodani".
Mas até eles perceberam, as implicâncias intermináveis, o toque familiar demais, os olhos que conversam sozinhos, que não se incomodavam de serem janelas da alma.
O que me matou foi um vídeo, onde meus olhos tinham amor demais, e eu percebi depois daquilo que eu era amor demais pela Sophia.
Nunca me gabei da minha autoconsciência, porém eu acreditava me entender completamente.
Até Sophia aparecer na minha vida.
E eu poderia viver com esse amor dentro de mim, eu esconderia ele para sempre, seria meu segredo sujo, no entanto, começou a doer demais.
Eu procurava ela em qualquer pessoa, em qualquer esquina e nada era suficiente.
Não encontrei Sophia nós corpos, nas ruas, nas baladas, nas calçadas e muito menos no fundo dos copos de cachaça. Não existiam vícios, lícitos ou ilícitos que me ajudavam.
Não existia ninguém no mundo como ela, e isso me quebrou demais.
Porque eu tinha tudo que eu poderia querer na minha frente, mas eu sou fraca demais.