Oferenda ao Diabo

(CONCLUÍDA)
Piloto: O Sacrifício

A neve caía suave e incessantemente sobre os jardins da propriedade da família Park, cobrindo de branco puro uma verdade podre de séculos. Por trás da vidraça, Park Jimin observava o cenário. Seus cabelos cor de mel, iluminados pelo fogo da lareira, contrastavam com a escuridão em seus olhos castanhos. Aos vinte e três anos, ele era a perfeição em pessoa: pele de porcelana, traços delicados e uma doce fragrância de flor de lótus que marcava sua natureza de ômega. A oferenda perfeita.

A porta de seu quarto se abriu, e Kim Seokjin, seu irmão mais velho por afinidade e proteção, entrou. Seu cabelo negro como ébano estava impecável, mas não conseguia esconder a preocupação que nublava seus olhos castanhos claros. Como um alfa poderoso, Jin sempre foi seu porto seguro.

"Está na hora, Jimin-ah", a voz de Jin era suave, mas carregada de uma dor profunda.

Jimin se virou, um sorriso pequeno e triste brincando em seus lábios. "Não se preocupe, hyung. Eu estou pronto."

"Como você pode estar pronto para isso?" Jin perguntou, sua voz quebrando. "Os boatos... dizem que o Diabo não tem esposas, só tem banquetes. Que ele devora os ômegas que lhe são oferecidos."

Foi então que a fachada de Jimin se quebrou. A doçura em seus olhos se dissipou, substituída por uma chama fria de determinação. "Eu não sou como os outros, hyung. Eles foram criados para serem cordeiros. Eu fui criado para ser uma arma." Ele se aproximou da janela, olhando para os flocos de neve que agora pareciam lápides. "Eles me ensinaram a ser obediente, a ser a oferenda perfeita. Mas eles se esqueceram de me ensinar a ser impotente."