Quando tudo desmorona ao nosso redor, e nos transformamos em mães do inevitável - guardiãs de um vazio que ninguém pediu, mas que nos escolheu -, o que resta fazer diante do maior pesadelo que uma alma pode enfrentar? Como prosseguir, como ressignificar essa dor que nos devora por dentro, quando o único desejo é silenciar a tempestade interna que ruge sem piedade? Quando tudo o que queremos é gritar até que não reste mais nada, até que nossa própria voz se apague no eco do silêncio, deixando apenas o peso do que foi perdido?
Eu, sinceramente, ainda não tenho todas as respostas. Só sei que me tornei uma mãe do inevitável... uma mulher marcada pela ausência que um dia foi promessa de vida. Minha jornada não terminou; ela se reinventa a cada amanhecer relutante, a cada lágrima que cai sem convite. Mas é por isso que compartilho essas reflexões mais sinceras e cruas, como um sussurro no escuro para vocês, minhas queridas mães do inevitável e do acaso. Para que saibam, no fundo do coração partido, que não estão sozinhas nessa neblina de luto. Juntas, talvez possamos encontrar fragmentos de luz, mesmo que seja apenas no consolo de uma mão estendida através das páginas.