Mesmo as Estrelas se Apagam

É 2025. Lara tem vinte anos e uma alma dividida entre o carinho que oferece ao mundo e o peso que carrega sozinha todas as noites. Amada por muitos, compreendida por poucos, esconde sob o sorriso a cicatriz de uma depressão severa, a solidão de quartos escuros e o silêncio dos segredos - os cortes na pele, a fumaça do cigarro e da maconha que só acendem quando a madrugada é testemunha. Apenas seus três melhores amigos conhecem a extensão de sua dor, e é neles que ela se ancora para não desaparecer por completo.

No meio das férias da faculdade, um estranho surge: Daniel, primo de um dos amigos. Ele a enxerga de forma diferente, como se fosse capaz de atravessar a névoa que ela ergueu ao redor do coração. Para ele, é amor à primeira vista. Para ela, apenas mais um lembrete cruel de que não acredita mais no amor - não depois de perder, para o Covid, a única pessoa que havia chamado de "amor da vida".

Entre noites estreladas, conversas intensas e momentos de uma ternura quase impossível de suportar, Lara se permite rir, se permite sentir... mas nunca acreditar. Porque, no fundo, sabe que histórias como a dela não terminam em finais felizes.

"Não é porque o céu está nublado que as estrelas morreram", dizia Chico Buarque. Mas e quando é a própria estrela que se apaga em silêncio?