Cabelos brancos, corpo magro e esbelto. Usa roupas escuras e despojadas, maiores que si, destacando assim o que me roubou mais atenção em si. A pele absurdamente clara, como papel, como uma perfeita e centralizada Schermo Bianco (Tela Em Branco) ... Já havia ouvido falar de albinismo, mas nunca visto uma pessoa com ao vivo, o vento bate em suas madeixas os constatando com o céu azul, pareciam fofas e belas nuvens. O arco íris atras de si a deixava mais perfeita ainda, não consegui desviar o olhar de forma alguma, mas quando a melodia da música ficou mais agressiva me perdi naquele abismo colorido. Azul florescente e roxo. Seus olhos estavam em minha pessoa, me senti pequeno, um mero mortal perante a uma deusa. Coração acelerado, mãos trêmulas e suadas, respiração ofegantes... Eu estava nervoso? ... pera... eu disse viola (roxo)? Os olhos dela... Heterocromia que si chama? Estava abismado, embasbacado com a visão privilegiada que estava vendo. Olhei para sua pele novamente, me imaginei a moldando, passando meus pinceis colorindo-a. Uma aquarela, borboletas, Vincent Van Gogh... ISSO, tinha acabado de achar a la mia musa (minha musa) para o trabalho.
Io (Eu), Matteo Vittorio Conti, não tinha a mínima noção que ao continuar aquela guerra de olhares e corresponder o sorriso que aquela piccola cosa carina (coisinha linda e pequena) havia me proferido, seria a causa de minha ruína. Hades e Perséfone haviam acabado de se conhecer e o Deus do Submundo estava mais que ansioso para poder tomar sua semideusa em suas mãos, finalmente!