Prisioneira de um demônio
21 parts Ongoing Muito antes de Maya nascer, o destino dela já estava selado.
Houve uma mulher, Lya, humana de coração puro, que ousou amar um ser vindo do céu. Um anjo verdadeiro. Seu amor foi intenso, proibido, e breve. Como chamas que ardem forte demais para durar. Deste amor impossível, nasceu uma menina. Uma criatura entre dois mundos: Maya.
Porém, o céu não perdoa traições. E o inferno nunca deixa de observar.
Um demônio antigo e paciente vigiava à distância. Alastor, o demônio do rádio, notava cada detalhe da queda anunciada. Viu Lya sozinha, grávida de um fruto celestial. Viu o abandono do anjo. E viu, com deleite silencioso, a degradação inevitável da esperança.
No dia do nascimento, o caos veio com a luz.
Maya não respirava. O choro não veio. Os médicos declararam a perda. Mas Lya, desfeita em desespero, gritou aos céus - e foi ouvida pelo inferno.
Alastor apareceu como um sussurro entre sombras. Ofereceu vida em troca de destino. Um pacto selado em dor: Maya viveria, mas pertenceria a ele quando completasse dezoito anos. Um contrato gravado em sangue e promessa. Lya, de joelhos, aceitou. Não por coragem, mas por amor.
E assim, Maya cresceu sem memórias daquela noite. Sem saber do verdadeiro pai. Sem entender por que os espelhos tremiam em sua presença, por que seus sonhos eram preenchidos por sussurros com voz antiga.
Alastor esperou. Com paciência cruel, como um caçador diante de sua presa adormecida.
E quando o relógio selou a dezoitava batida do coração dela...
Ele veio buscá-la.
Não como um monstro, mas como um velho amigo. Um cavalheiro com olhos de abismo. E um sorriso largo demais para ser humano.
Porque Maya já não era só uma jovem. Era herdeira de um segredo que poderia corromper o céu e incendiar o inferno.
E Alastor jamais permitiria que o mundo a tirasse dele novamente.