Sob o Céu de Barcelona | CHARLOS
Barcelona respira luz e feridas antigas quando Charles Leclerc, 28 anos, foge para o litoral em busca de silêncio. Desde a saída de Carlos Sainz para a Williams, algo dentro dele se partiu - e nenhum pódio conseguiu remendar. Exausto, ele aluga um chalé à beira-mar, esperando que o barulho das ondas consiga abafar o do próprio coração.
Do outro lado da Europa, Carlos tenta se convencer de que está bem. Que a troca de equipe foi lógica. Que a falta que sente de Charles é só saudade de rotina. Mas ele sabe: não é. O que dói é o que deixou para trás.
E o destino, sempre brincando de poeta, decide cruzar seus caminhos de novo.
Sem saber, ambos alugam o mesmo chalé - as mesmas janelas abertas ao vento catalão, a mesma varanda ensolarada onde lembranças antigas ainda se recusam a morrer. Quando a porta se abre e os olhares se encontram, tudo desaba: mágoas, silêncios, aquela chama que nunca obedeceu ninguém.
Agora, presos por uma reserva duplicada, Charles e Carlos precisam enfrentar aquilo que enterraram às pressas. Entre cafés amargos, caminhadas na praia, discussões que viram risos e confissões roubadas pelo vento, o chalé se torna um campo sagrado de reencontro e perigo.
Porque às vezes, para curar o coração, é preciso voltar ao lugar que sangra.
E talvez Barcelona não seja apenas cenário - mas a chance de descobrir se o que restou entre Leclerc e Sainz é cicatriz... ou recomeço.
