Era um paradoxo, claro. A submissão, em sua essência, parecia exigir a renúncia, mas para Isabella, ela se tornaria o caminho mais tortuoso e excitante para a posse total de si mesma.
Por anos, ela flutuou na superfície do toque. Aos vinte e seis anos, Isabella carregava o fardo silencioso da virgindade, um status que, para uma especialista em marketing acostumada a dominar mercados, era uma irritante lacuna no currículo da vida adulta.
O sexo, em sua mente, era uma formalidade desajeitada, desprovida de faísca, de peso, de alma. Ela era uma tela em branco, esperando o artista.
A voz dele era um barítono aveludado, tingido de autoridade, capaz de fazer as células de Isabella se reordenarem com um simples "Ajoelha".
O acordo era claro, e o mistério, o ponto central. Em seus encontros, a luz seria um artigo de luxo negado. Ela nunca veria seu rosto. A pele seria o mapa, a voz, a bússola, e a confiança cega, o único código de conduta.
Naquela primeira noite, vendada e vulnerável, Isabella sentiu o medo escorrer pelos poros, mas foi logo substituído por uma onda de adrenalina furiosa. Não havia "Isabella" ali, a especialista em marketing metódica, a virgem tensa. Havia apenas um corpo, um receptáculo de sensações.
"Você não precisa de olhos para me enxergar, Angel," ele sussurrou, e o mundo dela se tornou a ponta de seus dedos. "Você precisa fechar os olhos do mundo e abrir os da sua pele."
Foi ali, na escuridão comandada, na rendição de sua vontade, que ela começou a ver. Não o rosto dele, mas o seu próprio. O mapa de seus desejos ocultos. Os limites que ela pensava existirem revelaram-se meras linhas na areia. O dominador estava ensinando-a a dominar a si mesma, a abraçar o prazer sem culpa e a entender que o poder verdadeiro reside na coragem de ser totalmente exposta.
Obra proibida para menores de 18 anos.
Contém cenas de sexo explícito.
Conteúdo sensível como drogas e álcool.
Um dark Romance.
Bianca
Nunca pensei que um dia aquele amor que senti, mais forte que tudo, chegasse ao fim. Simplesmente, esgotei. Cheguei num ponto, onde não fazia mais sentido estarmos juntos. Por nove anos, suportei. Mas perder um filho, foi a última gota. À patir de agora, viveria pra mim e meu outro filho. Chega de pensar em alguém, que nunca pensou em mim.
Vitor
Sei que errei. Poderia ter sido um marido melhor. Ter apoiado seus sonhos, incentivado ao invés de criticar. Mas não estou pronto para perder a mulher que amo. Eu ainda a desejo ardentemente, igual ao primeiro dia em que a vi. Aconteça o que acontecer, terei a "Minha Mulher" de volta.