Eclesiastes

Cecília acaba de proferir seus Votos Perpétuos de Pobreza, Castidade e Obediência, prometendo a sua vida a Deus antes mesmo de completar a maioridade. Seu destino, porém, não é a doce paz, mas o frio da Diocese de Santa Cruz, onde é transferida sob ordens urgentes para atuar como arquivista do acervo episcopal.

Seu novo pastor é Dom Alexandre Gualtieri, um Bispo renomado, cuja autoridade é tão fria e absoluta quanto as regras que ele impõe. Alexandre é a personificação do poder eclesiástico e, em suas mãos, Cecília é apenas um instrumento de obediência.

Criada em um convento de disciplina severa, abandonada desde seus primeiros meses de vida, a jovem Freira carrega um fardo de dor e a subconsciente necessidade de punição, distorcendo seu voto de obediência em um anseio por submissão.

Quando o Bispo Alexandre começa a testar os limites do controle e da hierarquia, ele toca a ferida mais profunda de Cecília, revelando a ela um desejo que a igreja lhe ensinou a chamar de pecado.

Entre os antigos pergaminhos e o silêncio pesado da Cúria Episcopal, Ele é o Sádico que governa uma diocese. Ela é a Masoquista que só encontra paz na dor imposta pela autoridade.

Pode a Freira recém-consagrada sobreviver à promessa que fez, quando o seu Pastor promete levá-la ao limite de sua própria alma, desvendando o Inferno Pessoal que se esconde sob sua túnica de linho? O pecado deu-lhes as boas-vindas. Agora, a única oração de Cecília é para que a verdade sobre sua natureza permaneça oculta sob o toque pecaminoso de Dom Alexandre.