Uma escritora a beira de um colapso mental, um amor do passado retorna.
Esta é a história de Amélie Vesper, uma autora marcada por silêncios, memórias que doem e um talento que, por vezes, pesa mais do que liberta. Desde o internato onde conheceu - e passou a odiar - o enigmático Hardy Fletcher, sua vida se constrói entre cicatrizes, palavras e uma busca teimosa por si mesma. O reencontro inesperado com ele, anos depois, desencadeia uma cadeia de crises, epifanias, quedas e pequenos renascimentos, sempre à sombra da fama, da pressão e dos fantasmas pessoais que insistem em assombrá-la.
Entre viagens tropicais, entrevistas contidas, noites que não deveriam ter acontecido e verdades que custam a ser ditas, Emma tenta navegar o amor impossível, a ansiedade esmagadora e a necessidade quase documental de transformar sua própria história em literatura.
Andrea Rossetti - agente, amiga, guardiã - observa tudo, por vezes cega pelo próprio senso de urgência, por vezes a única que percebe o quanto Amélie está prestes a ruir.
O romance, tecido como um diário íntimo sem ser confessional, retrata o choque entre o passado e o presente, entre o que se deseja esquecer e o que insiste em permanecer. É um percurso em direção ao entendimento de que ninguém sai ileso do amor - mas alguns escolhem continuar mesmo machucados.
No fim, esta é a trajetória de uma mulher que aprende que certas histórias não são escritas: são vividas, rasgadas, reconstruídas - e, às vezes, apaixonam.