Sinopse - "Revista de Baratas seminuas?"
Numa esquina úmida e malcheirosa da cidade, onde até respirar parece um ato de coragem, uma velha banca de jornal abriga encontros que jamais deveriam acontecer. Entre revistas de baratas semi nuas, charadas rabiscadas com erotismos improvisados e um vendedor que ronca como se desistido do mundo, surge um diálogo impossível: um flautista desencantado e uma barata de calças caídas, armada com o pior tipo de instrumento - um completamente interpretável.
Em meio ao caos de insetos opinativos, revistas gordurentas e memórias estranhas demais para parecer reais, Arthur conhece Ellen, uma leitora improvável que se interessa mais por baratas-pornô do que por moda. Eles conversam como quem tropeça no absurdo e decide ficar, presos numa mistura de ironia, humor sujo e uma doçura torta que só gente meio destruída consegue ter.
E, como toda boa observadora, a barata assiste tudo com patas cruzadas e julgamentos afiados, enquanto comenta as tragédias humanas com a calma de quem já viu de tudo - e nada a surpreende.
Esta é uma história sobre encontros improváveis, criaturas que falam demais, artistas que desenham mal, mulheres que riem alto, revistas que não deveriam existir e o tipo de ridículo que move o mundo.
No fim, todo mundo é detalhe - exceto quem ousa ser estranho o bastante para continuar.
- Deve ser muito difícil para você, miniaturinha de gnomo. - Provocava o demônio enquanto oferecia, satisfeito, um sorriso desdenhoso para o loiro - Um ser divino, caído, verticalmente prejudicado e com uma cabeça desproporcionalmente grand-
- Como é? - Vociferava Lúcifer, estupefato com tamanha ousadia de Alastor.
- Resumindo, ele te chamou de pequeno. - Esclareceu Husk, já acostumado com o atrevimento de seu "chefe".
- Vou mostrar pra ele o que é "pequeno"! - Ripostou o Morningstar.
Dito isso, o saguão caiu em um súbito silêncio com todas as cabeças voltadas para Lúcifer, que não entendeu o duplo sentido de sua própria resposta.