
Há vidas moldadas pelo amor e há vidas moldadas pela ausência dele. As segundas aprendem cedo que sentir demais é fraqueza, e que o mundo presta mais atenção quando você sangra em silêncio. Quando o talento não vem de berço, o esforço deixa de ser opção e vira sentença. É o tipo de destino que esculpe pessoas em aço: rígidas, calculadas, perfeitamente funcionais... e profundamente quebradas onde ninguém vê. E resta a pergunta que corrói mesmo os mais disciplinados: até onde alguém precisa ir para provar que é digno de existir? Até onde a obsessão deixa de ser impulso e se torna identidade? Há quem chame isso de ambição. Mas, no fundo, é só uma criança esquecida moldada em silêncio, pedindo para ser vista... e aprendendo a sobreviver sem precisar de ninguém. Neste livro, ninguém é herói. Ninguém é vilão. São apenas consequências de expectativas, de pressões, de amores negados. E de tudo aquilo que se perde quando a única forma de continuar vivo é se tornar frio o bastante para não sentir ou ser intenso suficiente para sentir até o mínimo.All Rights Reserved