Decepção

Margot sempre foi o tipo de garota que as pessoas subestimam à primeira vista. Quieta nos lugares errados, explosiva nos momentos certos, ela cresceu aprendendo a ser forte não porque queria... mas porque a vida nunca deu muita escolha.
Criada apenas pela mãe, Margot aprendeu cedo a cuidar de si e do irmão mais novo, Will, desenvolvendo um senso de responsabilidade que não combina muito com a idade. Ela carrega o mundo nas costas sem reclamar - mas basta olhar nos olhos dela por dois segundos para perceber que existe um cansaço antigo ali, um cansaço que não vem de noites mal dormidas, mas de emoções guardadas há tempo demais.

Apesar disso, Margot é teimosa, irônica e cheia de respostas afiadas quando alguém tenta ultrapassar seus limites. Ela não aceita ser tratada como frágil, mas também não esconde seus medos quando está com alguém em quem confia.
E é aí que Billy entra na equação: ele a vê. Ele percebe coisas que até ela tenta ignorar - a maneira como ela encara o chão quando está nervosa, o jeito que prende a respiração quando algo a assusta, e o fato de que, por trás da postura durona, existe uma garota que só queria ser cuidada pela primeira vez.

Margot é intensa, sente tudo profundamente.
Quando ama, ela ama de verdade.
Quando se decepciona, dói na alma.
E quando escolhe alguém pra ficar do lado dela - como tem acontecido com Billy - ela entrega partes de si que ninguém nunca chegou perto de tocar.

Mas Margot também é confusa, impulsiva, curiosa demais, orgulhosa demais. Ela se perde nas próprias emoções, principalmente quando o passado insiste em bater na porta: a falta de atenção de Steve, os traumas de família, o medo constante de estar "estragando tudo".

No fundo, Margot só quer uma coisa: um lugar onde ela possa finalmente respirar sem medo.
E talvez, com Billy - apesar de toda bagunça que ele traz consigo - ela esteja começando a descobrir que esse lugar existe.