O tempo entre nós

Um terremoto não destruiu apenas um estádio em Londres. Ele partiu uma família ao meio.

Freen Sarocha e Rebecca Patricia Armstrong. Becky. viviam um amor silenciosamente sólido: casamento, rotina, risadas e dois filhos gêmeos, Song e Noah. Até o dia em que o chão se abriu no meio do campo de baseball, engolindo Becky e Noah diante dos olhos de Freen. O mundo seguiu. Freen, não.

Em Bangkok, Freen tenta reconstruir a vida entre luto e teimosia, criando Song e cuidando de Malee, a mãe de Becky, enquanto se agarra à única coisa que ainda parece verdadeira: a sensação de que Becky está viva em algum lugar. Anos se passam, e a saudade vira casa. Sua arte vira grito contido a exposição Ecos do Passado e sua filha cresce com a raiva de quem perdeu metade do próprio coração.

Do outro lado do mundo, em Londres, Becky acorda sem memórias... e com um menino nos braços. Noah não fala desde o acidente. Ele desenha. Insiste. Chora. E, mesmo preso dentro do próprio silêncio, carrega a verdade como uma bomba: eles não morreram. Eles só desapareceram.

Enquanto Becky constrói uma nova vida como médica pediátrica e Noah aprende a sobreviver entre gestos e desenhos, o destino começa a puxar os fios invisíveis que ainda ligam o que foi separado. Um noticiário na TV. Um nome que surge em sonho. Uma exposição em Londres. Um abraço desesperado. Um perfume familiar no ar.

E quando a vida empurra Becky de volta para a Tailândia dez anos depois, uma criança desconhecida a chama por um nome que ninguém ali deveria saber: Becky.

Entre Bangkok e Londres, entre o que foi perdido e o que insiste em voltar, O Tempo Entre Nós é uma história sobre amor que não morre, memória que lateja e duas crianças que cresceram carregando metades de uma mesma vida esperando o dia em que o mundo, finalmente, pare de tremer.