Estou de pé em silêncio. Sinto a brisa, o vento bagunçando levemente meus cabelos. Olho para a pequena cidade, muito abaixo de onde eu estava e, de alguma forma me sinto bem, pois sei que, a justiça foi feita.
[...] Inspire. Transpire. Faça silêncio, tudo tem que estar calmo, pois quando a coragem vier, nada irá me impedir, mas para isso precisamos ficar bem quietos, e só então eu darei um passo para a vida.
[...] Então algo aconteceria - algo silencioso e lindo - e eu começaria a achar que havia esperança de que o mundo pudesse ser posto em ordem.
Não aconteceu. Não àquela altura.
Talvez, de alguma forma, o que fiz agora restitua o equilíbrio.
Talvez agora os fantasmas que assombraram a cidade por esses anos todos desapareçam.
A loucura se cessará - finalmente, pacificamente, irrevogavelmente.
[...] " De uma coisa eu sei com certeza", murmuro. "Sei que você nunca mais será anjo."
[...] Penso em tudo o que aconteceu. Em quem nos fez passar por tamanho sofrimento. Em quem me fez perder uma parte de mim.
"Está vendo?" , digo em vão, pois sei que ninguém me escutaria. "Está vendo o que você fez?"
E aí sorrio. Estou tomando coragem. Tenho uma sensação de encerramento.
"Nunca mais" , murmuro. "Nunca mais."
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