Ela adorava encrenca. Adorava bater boca, entrar numa discussão ou arranjar uma briga. Motivos ela tinha de sobra. Vivendo na sombra do irmão, o garoto prodígio, o grande gênio, o filho perfeito, Lola Morenno não passava de uma garota problemática jogada no mundo. Se seu irmão era o Sol, ela era a Lua, com todas suas fases e faces.
Temperamental, marrenta e... linda. Era assim que Matt Arkman conseguia descrever a garota. Durante os três anos que estudaram no mesmo internato, dividindo o mesmo teto e vendo as mesmas paisagens cinzas de Edimburgo, Lola não conseguia nutrir nada além de nojo e repulsa por seus colegas patriotas de nariz em pé. E nem vamos falar sobre seus pensamentos a cerca de Arkman, o sempre elegante e gentil Arkman.
Matt era um Legado, a sétima geração a frequentar o Colégio Brasileiro Avançado em Edimburgo. Ele era o objeto de admiração de todas as garotas, professoras ou alunas. Mesmo sendo um cara de múltiplos talentos, o passatempo preferido dele era fazê-la ficar com as bochechas vermelhas. De raiva ou de vergonha.