Quando eu era adolescente, sentia sempre que não me encaixava. Era como se eu tivesse nascido na época errada, no local errado ou na família errada, o quem me fazia sempre inadequada para o que a vida ou as pessoas a minha volta esperavam de mim. Sempre pareceu mais fácil para as outras pessoas. Morava em uma cidade pequena, perdida no mapa e queria ser comentarista de guerra.Tinha muito carinho a oferecer, mas muita vergonha de me aproximar de quem eu gostava. Eu tinha muitas idéias e pouca gente para ouvi-las. Quando estava particularmente difícil, eu ia pra minha bolha pessoal e lia, de livros clássicos a revistas em quadrinhos, sempre buscando uma alternativa que me fizesse pertencente a algum lugar. Nessa época eu comecei a escrever poesias. O tempo passou, não me tornei comentarista de guerra, mas fui estudar o comportamento humano, o que não é tão diferente assim. Meu contato com adolescentes me permitiu observar que muitos deles se sentem sozinhos e, como eu fiz um dia, criam suas próprias bolhas pessoais, por meio da música, do desenho, do teatro ou da poesia. Os poemas que estão aqui agrupados foram escritos na minha adolescência. Alguns poemas foram escritos para pessoas ou situações específicas, alguns falam de revolta, dor e outros sentimentos. Não me autodenomino poetisa, apenas sei que escrever foi para mim um refúgio do mundo em momentos difíceis e minha intenção neste momento é proporcionar a outra pessoa um olhar adolescente sobre a vida. Caso decida ler, encontrará boa parte dos meus sentimentos adolescentes, ainda que embaralhados, e desvendá-los pode ser um bom exercício para colocá-lo em contato com o seu próprio sentir. Aceite os textos como minha contribuição para a sua própria bolha pessoal! *** Esse livro foi publicado pela editora Litteris, com o nome de autora Sabrina Martins Barroso ***
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