Querido diário, Há tempos que falo sobre minha paixão por Senhor Soteli, sofro pelo fato de que meu amor por ele pode não ser recíproco e mesmo se ele correspondesse, papai não aceitaria. Sempre que me sento na cadeira para que ele dê suas aulas, sinto que existe um elo entre nós, uma espécie de calor que me faz prestar atenção nele e não em sua explicação sobre a monarquia ou qualquer outro assunto. Mamãe me diz que estou avoada e que devo me preocupar com meu futuro, minha casa e meus futuros filhos. Pode parecer estranho, mas não quero me casar a não ser com Senhor Soteli. Ouço história de moças de família que fugiram com escravos. Senhor Soteli é um tutor, homem de uma boa e conhecida família de meus pais, não sei o que torna tão proibido. Seria possível fugirmos? Caso seu sentimento fosse recíproco ao meu. Agora enquanto escrevo essas palavras penso: "O amor é algo que provoca dor e te deixa em êxtase. É algo que faz você se sentir mal, estando bem. Seria uma doença?" Já não basta Flora, que vive no século XIX, sofrer um amor proibido por seu tutor, Augusto. Ela também terá que lidar com o problema de subitamente ir parar no século XXI. Como voltará?