Me chamo Júlia Fabri. Eu sou assim, uma garota que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, ou que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico e espera impacientemente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve, colocar meus fones de ouvido e ouvir o meu bom e velho rock em paz. Mas dá realmente pra ser assim? Quem sabe quando eu enfim me encontrar as coisas comessem a funcionar.