(...) - Ainda não sei o seu nome – ele sorriu com o olhar para baixo, voltando rapidamente aos meus olhos. - Ariel – eu disse com a voz trêmula e senti as minhas bochechas um tanto quanto coradas. - Ariel como a Pequena Sereia? – ele perguntou curioso com um olhar de “matei a charada”. - Bem, na verdade não – eu ri – Não gosto de conto de fadas, não acredito em sereias e o meu cabelo nem vermelho é – respondi sem tirar o sorriso do rosto – mas a sua lógica está correta. Prefiro o significado natural, que é “Leão de Deus”, e mama também prefere – ele riu quando eu disse “mama”, corei. Percebi que estava falando demais, meu normal, porém permaneci em silêncio esperando a resposta dele, sem tirar os olhos dos seus olhos tão verdes. Não queria que ele me achasse chata logo na primeira conversa. - Religiosa? – ele perguntou sorrindo enquanto passava a mão no seu cabelo liso, tirando todo o penteado. - Não muito, mas o significado me cativa - respondi e fiquei em silêncio. Ele me encarava e eu tentava desviar os meus olhos dele, sem sucesso. - Ainda não sei o seu nome também – eu disse, na tentativa de me livrar daquele silêncio. - Saberás em breve – ele respondeu e se afastou de mim, com destino até a porta, indo embora. Essa foi a minha primeira conversa com ele. Meio esquisita e misteriosa, mas a primeira.