Já fui tola o suficiente para culpar o amor pela dor que invadiu o meu peito, devastando tudo de bom, dançando com sapatos de espinhos e abrindo buracos que eu sequer imaginaria que seria capaz de existir. Eu devia ter me afastado antes de me tornar um pedaço de um todo dele, eu devia ter evitado ser metade de sua alma, mesmo que aquilo me custasse dias de sol. Como fui capaz de não enxergar antes aquela tristeza que havia nele, era muito mais do que apenas tristeza, era uma sombra seguidora fiel cobrindo seu sol, cobrindo seu sorriso. Os dias em que passei com ele, foram sim os melhores, não me arrependo de tê-lo amado tanto, me arrependo de não ter sido o suficiente pra afagar sua dor escura. Naquele dia de chuva onde eu sorria e ele chorava, eu abri portas, deixei que ele entrasse e visse meus medos, dores, desapegos e sonhos. O amor não machuca, o que machuca são nossas expectativas, o que fura são os próprios espinhos que colocamos no caminho por medo, o que machuca é a ilusão da felicidade, um sonho morto, um pesadelo. Hoje irei contar uma história, não de amor nem de alegria, uma história do escuro, mais dolorosa que o terror, mais profunda que o mar, irei contar meu sonho morto do amor.
❛Rainha da pista que conquista quem passa
Quente como o sol e faz sinal de fumaça
Quando vai embora tudo fica sem graça, sem graça
A saia dela diz onde ela quer chegar
Difícil é saber como me aproximar
O que será que ela tem pra dar
Lança um vestido, gata, aquele mesmo que veste irado
Hoje eu te quero deste lado, bebendo um destilado
Whiskey, champagne, energético com vodka
E já que me deu o número, é certo, hoje eu vou discar ❜