Há, à primeira vista, a impressão de que a história tratará sobre um tema batido e comum. Porém, em "O que a Vida me Ensinou" o que a autora, sabiamente, nos propõe é perceber a salvação da vida de um homem, a partir do estranhamento que outro lhe causa. Dois contrapontos em forma de pessoas, Juca e Mel. O primeiro é ácido, quase fechado, seco, mas como todos nós, se permite ser mais que isto, sendo também o oposto dessas características que não o definem totalmente. O segundo é suave, aberto e molhado, mas também machucado e por isso mesmo escaldado. A proposta vai além, fala de uma história de amor à primeira vista, mesmo que eles não se deem conta disso de imediato. Fala da construção da personalidade de Juca por meio desse outro que se apresenta como o doce mel, mas que traz em si também os ferrões das abelhas que lhe construíram. Se eu pudesse faria uma desconstrução da história, mostrando a cada leitor o que cada uma das mudanças significa, iria mais fundo ainda e mostraria que cada uma traz em si uma dose forte e, por isso mesmo, necessária de "sangue, suor e lágrimas". A composição dos personagens é, para dizer o mínimo, rica. Juca nos mostra o que nós seríamos caso não nos permitíssemos a mudança e Mel nos mostra que a mudança é tão necessária quanto doce. O livro fala de mim, de você, de nós e das nossas dores. Fala da transcendência nas relações humanas. A autora é quase sarcástica ao nos enganar com a proposta simples na qual ela embasou o livro, a autora, mesmo dizendo que não, sabia muito bem da profundidade de criar algo simples, para nos atrair e convidar a ler. (...) O restante desta apresentação estará no início do livro, pois aqui há limite de caracteres. Por Thiago Rodrigues, Autor de: Essa Tal da Friendzone.
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