Respirei fundo antes de entrar no colégio junto com a minha melhor amiga Angel. Vi o que eu sempre reparei. Os grupinhos dos populares sentados em cima de várias mesas, os músicos que estavam cantando no mato, os góticos que usavam suas roupas grandes e pretas no calor da Califórnia, os surfistas, os drogados, os nerds (que, claro, estavam sentado em uma mesa com vários livros abertos), as grávidas e Angel se sentando no nosso lugar de sempre.
Igual aquele filme, ser invisível tinha suas vantagens. Você não precisava acordar cinco horas da manhã para ser uma modelo na escola (lideres de torcida) e nem comprar, toda semana, quilos de maquiagem preta (góticas). Você não precisava ir no treino de futebol todos os dias (jogadores), nem carregar coisas pesadas só para vir na escola (nerds com seus livros, surfistas com as pranchas e músicos com os instrumentos) e você não correria o risco de ser presa (drogados).
Ser invisível é uma escolha que eu e Angel fizemos e não nos arrependemos. Não precisamos nos preocupar com nada, apenas em manter nossas notas boas e passar na UCLA. Nossos programas de fim de semana era ir em alguma festa, quando tivesse, ou ficar na minha casa, ou na casa dela, assistindo séries e filmes.
Ser invisível tem suas vantagens.
Mas também tem suas desvantagens.
Em um dia comum no estacionamento da faculdade, um acidente inusitado une os caminhos de duas pessoas que, até então, eram completos estranhos.
O impacto do encontro vai muito além dos carros amassados: suas vidas começam a se entrelaçar de maneiras que nenhum dos dois poderiam prever.