O lápis risca na folha branca, vazia. Uma linha curva, fina e notável! Outra linha, mais um risco e de seguida outro risco. E assim continuou a mexer o braço, a mão. O lápis riscava, traçava com rapidez, rigor e firmeza. Lágrimas a escorregarem pela pele macia e pálida, o cabelo corto a dançar com o vento. O corpo era envolvido pela névoa negra da sua alma, gritos, medo, segredos, desejos.. tudo a cobria como uma capa. O traço era cada vez mais carregado, escuro e firme. Estava a acabar. Fechou os olhos. Largou o lápis. Limpou as lágrimas com as mangas da camisola. Fechou o bloco de desenhos, guardo-o. E tudo o que via tornou-se escuro.