História para ex-crianças, nos conta o oposto do que uma leitura desavisada do título pode sugerir. Não existem ex-crianças. Às idades do passado são, estão, sempre presentes. Dentro de si, adulto não é ex-criança. Adulto é uma criança. E um
jovem. E um bebê. E a senhora de meia-idade é uma adolescente fogosa. O pai de família é um filho. O velho é um feto. As idades não nos largam. A gente as acumula como uma sequóia acumula sulcos no tronco centenário. Somos tudo que fomos. Somos tudo. É isto que a imaginação libertária.