"Cada vez que Pricila ouvia os estrondos esforçava-se para correr mais rápido, como se estivesse fugindo de algo. E de fato fugia, era a fome, sim a fome a perseguia e ela tentava lutar contra. Ela sabia que jamais venceria, mesmo assim tentava. Só havia uma saída..." ############################# Pricila parou de repente no meio da floresta. Seu semblante era de furor, seus olhos transpassavam o desejo de matança. Ela fitava Patricia que estava a sua frente, parecia que a esperava. A chuva fez uma pequena pausa mediante a um encontro tão brutal, mas o temporal ainda não passara, os raios continuavam iluminando a noite, gritando em uma voz muda que algo terrível aconteceria. Por um breve tempo ninguém se atreveu a dizer nada, somente os trovões rangiam no céu transmitindo a ferocidade de ambas. Enfim Pricila disse em tom calmo e ameaçador: -Vamos acabar com isso. Você me odeia e eu te odeio, é hora de por fim nisso sem envolver mais ninguém. -Concordo... Até a morte. -Retrucou Patrícia com ar sombrio. Com essas palavras eletrizantes a chuva começou a cair de novo. O silencio da floresta era tão profundo que ouvia-se o chiado da água batendo no asfalto da cidade.