A Teoria de Débora

"[...]Em meio à fria manhã, seu corpo caído no chão do quarto recebeu um toque quente nas costas nua. Ele abriu os olhos e encarou o ser que havia o tocado, ele reconheceria aqueles olhos castanhos escuros em qualquer lugar, era ela, uma das únicas pessoas que cuidaria de seu ser mesmo que cometesse todos os erros do mundo, ela cuidaria dele com todas as forças que tinha.
-Por favor, levante-se e tome um banho, antes que acordem e te vejam nesse estado - sua voz saiu meio fraca. Ela não queria demonstrar mas estava decepcionada, seus olhos mais escuros que o normal, demostravam isso.
Ele se levantou e se sentou na cama com a ajuda da garota.
-Passou a noite toda bebendo?- indagou com um olhar de preocupação.
-Foi a última vez Débora, eu juro a você. Foi a última vez...- ele respondeu sorrindo fraco mas não amenizou a preocupação que ela sentia - Mas que horas são?
-Cinco e meia, ninguém levantou ainda, só eu. Queria conversar com você, depois de toda aquela confusão de ontem à noite, mas quando sai do quarto você já não estava mais em casa. E eu ouvi à hora que chegou, então...
-Débora, eu tive que sair, não estava aguentando a pressão e aquelas brigas inúteis que só pioram as coisas ao invés de melhorar - ele acariciou o rosto dela.
-Eu sei... Podia ter me levado com você Henry - comentou sorrindo.
-E eu teria levado, mas não fui à um lugar que valha a pena você ir - ele sorriu.
-Mas então por que você vai? Sabe que é melhor que tudo isso.
-Não sei, eu me acostumei.Acho que é minha forma de fugir de tudo.
-Bebidas e drogas não são à saída Henry, não são a salvação e muito menos a válvula de escape que você pode usar para fugir da sua vida.
-Por favor, vamos conversar sobre isso depois.
-Tudo bem, mas vá tomar um banho, você está fedendo a cachaça- ela disse rindo.
-Ok. Mas depois vamos conversar sério, precisamos planejar nossa fuga...[...]"
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