Mantendo vigente um processo antropológico de criação, a poesia continua sendo um cuspe, uma exclamação. Uma poesia material, visual, detalhista, figurativa, uma poesia de madeira e metal. Poesia que dialoga com o espaço físico, tem forma, objetos e um caráter simbolista, que foge, se esquiva do lirismo egocêntrico, inefável. Mantendo característica de quem pinta, e faz uma materialização de sentidos, a bi-dimensionalidade cubista, o retorcimento da carne durante o movimento, como nos quadros de Bacon. O universo noir-surreal de Hoper, e a fotografia dos filmes de Ingmar Bergman. Trabalhando com probabilidades, possibilidades, e com o potencial de cada palavra, manuseando a poesia com martelo e serrote. Ygor Moretti Fiorante
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