Em meados da década de 1870, Machado de Assis já desfrutava do prestígio de ser um dos autores mais importantes do país, ao lado de nomes como José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo. Todavia, entre 1880 e 1881, a Carreira de Machado tomou um rumo inesperado: com a publicação de Memórias Póstumas de Brás cubas , aquele seria nosso maior prosador elevou a leitura brasileira a um novo patamar, e seus ecos persistem até os dias de hoje. Na obra, o finado Brás Cubas decide contar sua história por uma ótica bastante inusitada: em vez de começar pelo nascimento, sua narrativa inicia-se pelo óbito. Enquanto rememora experiências que vivera, entre uma digressão e outra, o defunto-autor tece uma serie de reflexões sobre a vida e sobre a sociedade da época, com serenidade é bom humor, e o leitor se surpreenderá ao constatar a atualidade de suas observações. Memórias póstumas de Brás Cubas pôs um xeque o conceito de Realismo literário, de romance e a própria forma de fazer literatura. Divisor de águas na literatura brasileira, é uma obra à qual não pode ficar indiferente.
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