Alguém chega à tua vida, de braços abertos e sorriso na cara, aparentemente com as melhores intenções, mostra-te e dá-te o que tanto esperavas há muito tempo, ensina-te e acaba por te demonstrar coisas novas, tu não sabes porquê mas baixas a guarda e acabas por dar parte fraca. Mostras que começas finalmente a importar-te, com tudo isto começas a sentir-te confortável com a presença dessa mesma pessoa, ganhas confiança e por fim tudo te é familiar e acolhedor, até mesmo um mero "bom dia", uma simples chamada. Tu sabes, sabes que vai chegar o dia em que as pessoas te vão descartar como um daqueles copos de plástico, daqueles em que bebes e logo no mesmo instante, deitas no lixo. Começas a sentir que és tratado com indiferença, uma indiferença que te incomoda, que te inquieta, que te faz questionar sobre tudo. Porquê? Será que errei? É isto. Deixa-me dizer-te que a vida tem destas coisas. Que como dizem, tudo o que é bom acaba rápido. E por incrível que pareça, tudo se desmorona do nada, sem razão. Chegas à conclusão que por mais que faças, por mais que digas, não é suficiente. Nunca chega. A pessoa em causa desculpa-se e justifica-se com um "Desculpa mas não dá mais." e com isto vem a despedida. Não te dá explicação nenhuma, ao fim ao cabo ficas por tua conta, és tu e só tu. E sem saberes o que fazer ou pensar tornas a meter tudo em causa, ficas perdido e começas a sentir um vazio enorme, uma solidão que te queima por dentro, uma angústia sufocante mas a vida continua. Continuas a acordar todos os dias para abrir a janela, olhar lá para fora e dizeres bom dia ao vizinho que vai a passar na rua. Os dias passam mas o pensamento mantém-se mesmo que não o exponhas. Quando dás por ti estás a procurar o que outrora perdeste, tentas encontrar um bocadinho da tua perda noutro alguém. Não é errado, tu sentes essa necessidade e é incrível mas voltas ao teu ponto de partida, sempre. Dizem que o tempo cura tudo. Só espAll Rights Reserved
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