Os raios de sol não banhavam a cidade naquele dia. Nas frestas das janelas, com as cortinas esvoaçantes, não se espremiam os feixes de luz que inundavam a casa com o calor. Talvez eu só tenha percebido tudo isso devido à sua falta, mas eu não notava a névoa que sobrevoava impiedosa toda a cidade quando você estava aqui. Agora sim eu a vejo, trazendo um ar de melancolia, como se nada mais fizesse sentido. Lembro quando eu estendia meu braço e tocava seus cabelos. Longos e macios cabelos. Atraía para mais perto, e o calor de seu corpo me fazia sentir como no paraíso, ao lado da única pessoa necessária, e o motivo da busca sofrida da sobrevivência, Doce Aylee, dos olhos profundos, como dois buracos negros, que me atraem quase instintivamente, e me fazem literalmente delirar, e querer tê-la só para mim. Dos lábios chamativos, voz serena e corpo formoso, que se esvaiu como a areia da praia foge por entre os dedos, eu ainda te amo.
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