Livre. Era assim que eu me sentia no dia 17 de janeiro. Finalmente eu havia conquistado meus dezoito anos de idade e não poderia estar mais feliz. O dia havia resolvido comemorar comigo, havia amanhecido numa temperatura agradável e o sol não fazia a mínima questão de se esconder por entre as nuvens. Pela manhã, mamãe havia me surpreendido com um bolo delicioso de limão, ela estava sendo prestativa comigo desde alguns dias atrás e eu já suspeitava que algo estava por vir. De início eu pensei ser apenas aquilo, mas as bombas eram muito maiores. Por volta das oito horas da noite, enquanto voltava para casa a pé avistei um tumulto na frente de casa. Estava curiosa e ao mesmo tempo assustada. No jardim - o qual estava enfeitado com alguns anões de pedra-sabão - concentrava-se uma roda de pessoas bem vestidas fazendo barulhos incansáveis. Me aproximei do aglomerado de pessoas, me envolvendo entre eles. Foi quando encontrei o corpo do papai jazendo sob a grama recém aparada.
1 part