A Enfermeira Favorita (reescrito)
37 partes Continúa Isabel Gonçalves, uma jovem e dedicada enfermeira recém-chegada ao Hospital da Polícia Militar (HPM), logo se destacou por sua competência e empatia. Seu jeito sereno e atencioso contrastava com o ambiente tenso do hospital, onde lidava diariamente com a pressão de atender policiais feridos em operações de alto risco. Foi nesse cenário que ela chamou a atenção de Roberto Nascimento, o experiente e carrancudo Capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais.
Roberto, um homem endurecido pelas cicatrizes de uma carreira marcada por combates intensos, acabara de enfrentar dois golpes duros: um divórcio doloroso e um acidente quase fatal durante uma operação. Aos 44 anos, ele carregava o peso de decisões difíceis e a desconfiança natural de quem viveu anos na linha de frente. Isabel, por outro lado, com seus 24 anos, representava uma energia renovada, com um olhar otimista que desafiava o cinismo de Roberto.
Eles eram como polos opostos: ela, metódica e compassiva; ele, impulsivo e reservado. Quando seus caminhos se cruzaram no HPM, durante a recuperação de Roberto, as diferenças geraram faíscas. Discussões acaloradas sobre os limites entre cuidado médico e a obstinação do capitão em retornar ao trabalho marcaram o início de uma relação conturbada. Cada encontro parecia um choque inevitável, deixando marcas emocionais em ambos.
Com o tempo, porém, a convivência forçada revelou camadas mais profundas. Isabel começou a enxergar além da fachada rígida de Roberto, percebendo um homem leal, mas assombrado por traumas. Roberto, por sua vez, encontrou em Isabel uma força silenciosa, alguém capaz de confrontá-lo sem recuar, mas também de oferecer apoio genuíno. Aos poucos, aprenderam a se entender, a ceder e a se perdoar, construindo uma conexão improvável, mas poderosa.