Gonçalves Dias publicou o livro Últimos cantos e deve ter sido escrito entre 1848 e 1851, e na obra se encontra o poema I - Juca Pirama.
I - Juca Pirama é considerada pelos críticos como um dos mais elaborados poemas do Romantismo brasileiro.
O título do poema é tirado da língua tupi e significa, conforme explica o próprio autor, "o que há de ser morto, e que é digno de ser morto." Embora tenha nome próprio, "Juca Pirama" não tem nada a ver com o nome do índio aprisionado pelos Timbiras.
Enredo
O poema narra o drama de I-Juca Pirama (aquele que vai morrer), último descendente da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga. Movido pela amor filial, pois o índio tupi era arrimo de seu pai, velho e cego, I-Juca Pirama, contrariando a ética do índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisioneiro: "Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes." Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que percebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indignado, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que ferido em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras. Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pode-lhe que pare a luta, reconhecendo sua barvura. Pai e filho se abraçam - estava preservada a dignidade dos tupis.