• P R É V I A •
A chuva caia de forma incessante naquela noite; mal dava para Luce enxergar um palmo a sua frente. Mesmo assim, nada poderia pará-la. Ainda que o desespero tomasse conta de todo o seu corpo, o cara que à seguia, não iria parar, até enfim alcança-la. Luce já não aguentava mais correr; seu corpo pesado pelas roupas molhadas, a faziam cambalear pelas ruas, tentando encontrar um esconderijo seguro, para poder se refugiar da chuva e perseguidor. E com seus olhos cerrados para trás: tentando enxergar a que distância se encontrava do rapaz, Luce é atingida abruptamente por um veículo em movimento, onde, seu corpo é arremessado sobre o capô do mesmo, acabando por deslizar pela lateral, até ir de encontro com o asfalto. O motorista havia tentado parar, mas, a grande quantidade de água no chão, fez com que o pneu de seu carro deslizasse, até o impacto acontecer.
Comprimindo seu corpo em protesto pela dor em que estava sentindo, Luce começa a tossir, engasgando-se com a água da chuva, que ainda caia copiosamente sobre ela; seus braços e pernas esfolados pelo atrito, sangravam fluidamente, fundindo-se com as gotas de água que escorriam. Seu único pensamento naquele momento, era que havia chegado a sua hora, pois, aquele a quem a seguia, logo chegaria e terminaria de uma vez por todas contra sua vida. Não tinha mais para onde ela correr naquelas condições. Não tinha como correr. Era o seu fim.