Isabel olhava do alto para o corpo inerte na cama, ligado a aparelhos. A sensação de estar diante do seu próprio corpo era estranha, dolorosa e confusa. Estava viva e estava morta, os médicos correram para traze-la de volta. -Você quer voltar?- perguntou ele; a voz mais suave do mundo. Era lindo, não uma beleza conquistada, comprada, forjada...uma beleza autêntica, natural. Os olhos cor de mel transmitiam a doçura de suas palavras, os lábios carnudos, o nariz grosso e achatado e até mesmo aquele queixo ligeiramente quadrado era tudo tão harmoniozo, tão único, tão seu. As asas enormes e alvas, o peito largo, o corpo forte... Estava diante do seu anjo, estava diante da sua vida ou da morte. E aquela voz insistia em perguntar ainda uma vez: - Você quer voltar?