E como de costume, ela estava lá, eu a observava de longe. Ela tinha 17 anos de idade, usava drogas, morava com os avós, com o namorado que também era usuário de drogas e tinha uma filha de 1 ano. Eu era a vizinha, morava em frente da casa deles e sempre acompanhava as dificuldades em relação às drogas. Os avós da Ana já era bem velhos; o avô trabalhava na roça para garantir o alimento do dia-a-dia da sua família, e a vó não trabalhava pois tinha problema visual. A Ana não trabalhava, somente recebia a pensão do seu pai e com a pouca ajuda do seu companheiro, eles iam levando. Eu era a vizinha de confiança do senhor Zezinho, ele sempre ia lá em casa, tomava café comigo e sempre contava as coisas que eles passavam por consequências das drogas; eu mesma muito distante me sentia muito próxima deles e sempre tentava fazer algo para ajudar ambos da família. Hoje eu já sou mais velha, e como forma de ajudar a mim e a Ana, eu pago a ela 200 reais para ela limpar minha casa 2 vezes na semana.
Por um lado temos uma mulher que sofreu de todas as formas, e a cada dia perde a fé em tudo, do outro, temos algum cabeça dura, fechado, e totalmente nem aí pra terceiros, como isso pode dar certo de alguma forma? !